Último adeus a Preta Gil terá velório público; quinta-feira foi de homenagem do pai, Gilberto Gil

Foto: Reprodução Instagram 

O corpo da cantora, atriz e empresária Preta Gil chegou ao Rio de Janeiro na madrugada desta quinta-feira (24), após retornar dos Estados Unidos. A urna funerária desembarcou primeiro no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, acompanhada por familiares próximos, entre eles a madrasta Flora Gil, de 65 anos, o filho Francisco Gil, de 30, e a neta Sol de Maria, de 9 anos.

Preta Gil faleceu em Nova York, aos 50 anos, no último domingo (20), devido a complicações de um câncer colorretal. Diagnosticada em janeiro de 2023, a cantora chegou a entrar em remissão no final daquele ano, mas em agosto de 2024 a doença voltou com metástases em quatro regiões do corpo: linfonodos, peritônio e ureter.

Após o desembarque no Rio, o corpo seguiu para o laboratório do Cemitério e Crematório da Penitência, na zona portuária, onde passou pelos preparativos para o velório. A despedida será realizada em dois momentos nesta sexta-feira (25): das 9h às 13h, o velório será aberto ao público no foyer do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no Centro. Em seguida, a cerimônia continuará no Crematório e Cemitério da Penitência, onde familiares e amigos próximos poderão se despedir até as 17h, quando terá início a cremação.

Além dos familiares, também retornou ao Brasil a médica Roberta Saretta, de 32 anos, que acompanhou Preta durante todo o tratamento.

As homenagens à artista, reconhecida pela irreverência, representatividade e defesa de causas sociais, se multiplicaram nas redes sociais e eventos culturais pelo país. Gilberto Gil, pai de Preta, fez uma homenagem emocionada ao compartilhar um vídeo em seu perfil no Instagram, onde aparece dividindo o palco com a filha. “Sempre tive orgulho de você, filha, e vou ter pra sempre”, escreveu o cantor, recebendo uma enxurrada de mensagens de fãs e amigos.

Em Salvador, durante a abertura da segunda edição do Festival Negritudes Globo, o legado de Preta Gil também foi lembrado. O bloco afro Ilê Aiyê, que celebra 50 anos, e a cantora Mariene de Castro prestaram uma homenagem emocionante interpretando a canção “Drão”, composta por Gilberto Gil para Sandra Gadelha, mãe de Preta. A apresentação foi precedida pela música “Preta Pretinha”, de Moraes Moreira, enquanto imagens da cantora eram projetadas em um telão.

A jornalista e amiga pessoal da artista, Rita Batista, encerrou a celebração exaltando a “alma solar” de Preta Gil, e convidou a todos a abrir caminhos para sua memória com batuques e aplausos.

Preta deixa um legado que ultrapassa a música, englobando pautas como empoderamento feminino, luta antirracista, valorização do corpo e da diversidade, além de sua atuação como empresária no setor cultural. Sua partida precoce ressoa fortemente entre gerações que a viram como voz, coragem e representatividade.

O corpo de Preta Gil será levado em cortejo por um carro do Corpo de Bombeiros, após o velório no Theatro Municipal, passando pelas ruas do recém-criado Circuito de Carnaval de Rua Preta Gil, no Centro do Rio. O percurso homenageia a cantora, que comandava um dos maiores blocos de carnaval de rua da cidade, o Bloco da Preta, que chegou a reunir mais de 750 mil pessoas. O cortejo seguirá até o Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, onde será enterrada.

A Prefeitura do Rio de Janeiro instituiu o circuito de carnaval em homenagem a Preta Gil, reconhecendo sua importância para a cultura carioca e o carnaval de rua.