Dentista baiana será palestrante em congresso internacional em Nova York
A cirurgiã-dentista Manuela Coelho, formada pela Escola Baiana de Odontologia e Saúde Pública, será uma das palestrantes da 100ª edição do Greater New York...
O democrata é o presidente mais velho a ser eleito nos EUA
Eleito o 46º presidente dos Estados Unidos da América em 2020, Joe Biden já tem uma longa trajetória na política. Vice-presidente do governo Obama, ele foi senador durante seis anos seguidos. Sendo o presidente eleito mais velho da história norte-americana, Biden tem um longo histórico acadêmico. Graduado na Universidade de Delaware em História e Ciências Políticas, em seguida ele foi logo aceito na Universidade de Syracuse, no curso de Direito, e filiou-se ao partido democrata, no qual foi eleito.
Porém a história de vida do democrata eleito não foi nada fácil. Nascido na Pensilvânia, Biden tinha problemas na fala quando jovem e por ser gago precisava memorizar e recitar poesias para melhorar a dicção. Em 1966, se casou com a namorada da faculdade, Neila Hunter, e em 1972, já com três filhos, foi eleito senador, ganhando projeção nacional. Ainda em 1972, um acidente de carro levou à morte sua filha e esposa, deixando outros dois filhos gravemente feridos, situação que marcou a trajetória de vida do democrata.
Biden tentou se tornar candidato a presidente pelo Partido Democrata em 2008, entretanto, por conta de poucos votos nas primárias, desistiu da candidatura. Em seguida, Obama o procurou para convidá-lo para ser vice-presidente, cargo que exerceu ao longo de dois mandatos, entre 2008 e 2016. Em 2009, seu segundo filho, Beau, foi condecorado pelo Exército norte-americano, mas após a descoberta de um tumor no cérebro, ele faleceu em poucos anos.
Diante de uma vida política e pessoal cheia de obstáculos, Biden não teve somente maus momentos. Em 1977, cinco anos após o falecimento da sua primeira esposa, Joe Biden se casou com Jill. A primeira-dama é bacharel pela Universidade de Delaware, mestre pela West Chester University e pela Villanova University e doutora pela Universidade de Delaware. Como professora, ela ensinou inglês em escolas do Ensino Médio por 13 anos e desde 2009 atua como professora na Northern Virginia Community College.
Plano de governo e os principais objetivos
Durante a sua candidatura, Biden deixou claro alguns pontos que seriam os principais objetivos para a sua campanha. Para uma melhor compreensão dos seus planos de governo é necessário analisar cada pauta elaborada e como isso vai impactar a população norte-americana e as relações exteriores dos Estados Unidos.
A pauta governamental é dividida nas seguintes categorias: clima e energia; coalizões; COVID-19; política doméstica; educação; política externa; assistência médica; trabalho e economia; idosos norte-americanos, veteranos e mulheres de famílias militares; mulheres e, por fim, jovens norte-americanos.
Tratando-se de clima e energia, um dos principais projetos é o plano para a construção de uma infraestrutura moderna e sustentável e um futuro equitativo de energia limpa, tendo o objetivo de zerar as emissões líquidas até 2050, com um investimento estimado em 2 trilhões de dólares.
Para o combate à COVID-19 foram definidas algumas metas: a correção dos problemas de Equipamentos de Proteção Individual (EPI); o fornecimento de uma orientação nacional clara, baseada em evidências científicas de como as comunidades devem enfrentar a pandemia; proteção aos idosos e demais grupos de risco; distribuição eficaz e equitativa para os tratamentos e vacinas.
Já na política externa, Biden buscará a consolidação da liderança dos Estados Unidos no cenário mundial, por meio da promoção de segurança, prosperidade e dos valores do país, protegendo o futuro da economia norte-americana e enfrentando os desafios globais urgentes na atualidade, como as mudanças climáticas e o controle da proliferação de armas nucleares.
Com a assistência médica, ele planeja proteger e desenvolver o programa “Affordable Care Act”, reduzindo custos para a população e tornando o sistema de saúde menos complexo. Já no quesito da Educação, um dos pilares é construir um sistema educacional com investimentos no Ensino Básico e Fundamental, ajudando desde cedo os alunos na construção de um currículo sólido, que vai além do Ensino Médio.
Na economia, o presidente eleito tem como objetivo promover uma maior inclusão por meio de um forte plano de recuperação econômica, com a criação de milhares de empregos e o fortalecimento da base industrial e das cadeias de suprimento lideradas por pequenas empresas.
Desafios da gestão
Durante a primeira parte da gestão de Joe Biden, um dos principais temas a serem tratados será a COVID-19. O vírus ainda vem causando estragos no país, com seguidos recordes de casos novos, chegando a 200 mil por dia, o que requer um plano urgente de combate à doença.
Outro ponto que está em pauta nos EUA é a questão racial: com os protestos que estouraram após a morte de George Floyd e a ascensão de movimentos como o Black Lives Matter, o novo presidente terá um desafio grande para conciliar tais disputas raciais e conduzir a tratativa das pautas na luta contra o racismo, enraizado na sociedade do país.
No âmbito das relações externas, mesmo com a troca de governo, a China não deixa de ser o tema mais relevante. Enquanto Trump lidava com a situação de maneira bastante agressiva, principalmente por meio da imposição de tarifas e outras medidas protecionistas, Biden pretende conduzir tal enfrentamento com a construção de uma rede de aliados dos EUA, para evitar o que chama de “abusos comerciais” dos chineses. A dificuldade será mobilizar esses aliados em blocos, como a União Europeia, por exemplo, para que estes se disponham a, de fato, promover um contraponto à China.
Quando a questão é econômica, fortes impactos acarretaram em milhões de desempregados e na maior crise econômica no país desde a Segunda Guerra Mundial, intensificada pela pandemia da COVID-19. Para recuperar a economia do país, Biden almeja, primeiramente, estabelecer processos para o controle da pandemia para começar a minimizar os estragos. Outra dificuldade gira em torno do custo de um possível plano de recuperação, que o presidente eleito pensa em buscar por meio de um aumento de impostos. O que pode dificultar a vida de Joe Biden é o Senado, que só saberá se a sua maioria será republicana ou democrata agora em janeiro de 2021, após o segundo turno no Estado da Geórgia.
Kamala Harris, 46º vice-presidente dos EUA
A recém-eleita vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, é também a primeira mulher a ocupar o cargo. É filha de acadêmicos imigrantes – uma cientista indiana e um economista jamaicano – e neta de diplomata. No seio familiar, ela e a irmã mais nova, Maya, aprenderam desde cedo os valores de luta pelos direitos civis e direitos humanos. Graduou-se em Ciências Políticas e Economia pela Universidade de Howard, em Washington, e posteriormente em Direito pela UC Hastings, na Califórnia.
Entre as primeiras mulheres a ocupar os cargos nos quais trabalhou durante anos, Harris foi eleita senadora pelo Estado da Califórnia em 2016, em ofício desde 2017. Antes disso, no entanto, foi promotora do distrito de São Francisco e, posteriormente, eleita procuradora-geral da Califórnia, onde nasceu, até integrar o Senado.
Harris havia lançado a sua candidatura para a presidência no início de 2019, mas voltou atrás e saiu da corrida em dezembro do mesmo ano. Em agosto de 2020, foi confirmada como candidata democrata à vice-presidência ao lado de Joe Biden.
Enquanto pleiteava a condição de candidata à presidência pelo Partido Democrata durante as primárias, não hesitou em questionar o seu atual parceiro na Casa Branca, Joe Biden, a respeito do seu histórico no que tange às políticas raciais. Mais especificamente, criticou a oposição de Biden aos ônibus de integração racial em escolas públicas nos anos 1970, ao lado de senadores republicanos. A vice-presidente fazia parte de uma das primeiras turmas criadas para a integração na época.
Frente às ebulições seguidas ao assassinato de George Floyd em 2020, esteve presente junto aos protestos na defesa da justiça social. No entanto, a sua conduta enquanto procuradora-geral também foi criticada por aqueles que defendem reformas no sistema penal e não a consideram eficaz no combate à má conduta policial. Grupos envolvidos na luta pelos direitos civis das comunidades LGBT também discutiram a postura de oposição de Harris à garantia de assistência médica para a cirurgia de readequação genital de uma mulher trans cumprindo pena em uma prisão masculina.
De postura moderada e pragmática, Harris não parece o tipo de pessoa facilmente intimidada. Integrante do time de debate quando aluna em Howard, a sua presença, para quem a conhece ou assiste, possui a intensidade característica de uma mulher habituada aos tribunais.
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