Fotos: Barbarah Queiroz e Luciano Gurgel
Conhecida por seus papeis em novelas como Salve Jorge, da TV Globo e Reis, da TV Record, a atriz Paloma Bernardi faz, neste final de semana, seu debut nos palcos teatrais soteropolitanos. Ela desembarca na cidade com a peça O Cravo e a Rosa, adaptação teatral da clássica novela de Walcyr Carrasco, com direção de Pedro Vasconcelos e produção de Marcelo Faria, que também atua ao lado de Paloma, interpretando Petruchio.
Em entrevista exclusiva à revista Let’s Go Bahia, Paloma não escondeu a ansiedade em vir à Salvador, cidade que já visitou anteriormente em compromissos pontuais. “Nosso elenco quando viu Salvador no roteiro, ficou com o coração quentinho e animado. Não vejo a hora de chegar. Para mim, Salvador é biquini, rasteirinha e roupa fresca, é aproveitar a beleza que é a cidade, provando a culinária maravilhosa e vivendo a vida”.
Ela confessou que essa é a primeira vez em que poderá conhecer melhor a soterópolis, já que os compromissos anteriores não permitiram. “Não conheço à fundo, por isso estou ansiosa. Já fui no Carnaval, é uma energia diferente. Mas agora, a trabalho com mais dias, quero dar uma turistada, conhecer o Pelourinho, e a primeira vez que vou me aprofundar um pouco mais”.
A atriz, que entrou no elenco de O Cravo e a Rosa no início do ano, se sente muito feliz e honrada por ser uma história icônica, presente no inconsciente do público brasileiro. “Todos já assistiram a novela, seja na estreia ou na reprise, e na peça nós temos um bordão: ‘A sua novela preferida no teatro’. Trazer a história ao teatro aproxima ela do público. É algo que você via na televisão, de repente ali, ao vivo. É uma experiencia nova, mas a essência se encontra no palco e o público não pode perder. As pessoas se identificam com os personagens, com a história, e não dá para não se divertir, é uma comédia para a família toda”.

Em turnê pelo Brasil, de Salvador a turma segue para Santos, e Paloma lembra que as turnês se tornam interessante pelo contato com culturas e ambientes diferentes, o clima, as pessoas, uma realidade diferente. “Já passamos por Belém, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Uberaba, Ribeirão Preto, tantos lugares, e isso é enriquecedor para mim e todo o elenco. Realidades que não são nossas e nos possibilitando a mergulhar nessa cultura, em cada região. Somos sempre bem acolhidos e tenho certeza que Salvador não será diferente”.
A experiência do teatro, na visão de Paloma, é diferente da televisão, das telas. Para ela, através do teatro, é possível ter a oportunidade de levar a arte a localidades que não teriam a chance de ver. Não tem o contato, o costume. “Através do patrocínio, nós buscamos manter a turnê viva, com a possibilidade de o público ter esse contato com a cultura, com uma história do Walcyr baseada em uma história de Shakespeare para além da conexão ao vivo, que é um presente. No teatro, a essência se mantém. Nós fizemos apresentações a preço popular, levando nossa peça para quem não tem muito acesso ou costume, porque o teatro é uma maneira de educar”. Durante a apresentação, Paloma costuma trazer reflexões aos espectadores, para além do divertimento e entretenimento.
Na televisão, Paloma vive o melhor dos mundos. “Me sinto realizada como atriz, vivendo o teatro, estreando na série Arcanjo Renegado e tem filmes aí para saírem, se não neste segundo semestre, em 2026. Esse é o melhor dos mundos para quem trabalha como ator, exercendo nas diversas vertentes, com universos diferentes”.
Com 30 anos de carreira, Pa, como também é chamada pelos amigos, afirma que as possibilidades trazidas a ela pelo mercado e também pelo que ela tem conquistado com o trabalho, abrindo portas, se tornaram um diferencial na sua carreira. “Essa versatilidade de histórias, novela bíblica, série de ação com muito tiro, porrada e bomba, mostrando a realidade do Rio de Janeiro, do Brasil como ele é, com diversas potências, na alegria e na tristeza. Mas me realizo no universo multifacetado, agradecida e honrada e buscando sempre entregar o meu melhor.
Para além da carreira de atriz, Paloma Bernardi se destaca com projetos sociais, a exemplo do Solidariedade Transforma, que há pouco tempo aportou em Caruaru, em Recife, onde a atriz ainda se encontra. “Esse foi o sexto ano do projeto, e através da moda, música, arte e dança pude concentrar talentos regionais, trazendo visibilidade para pessoas que aqui vivem, que não tem amplitude para seu trabalho. Nós damos visibilidade para marcas, patrocinadores e, através desse evento, nós trazemos ações, pedindo um valor específico, roupas, comida, pedimos essa ajuda sempre, porque muitas vezes o mínimo é o bastante”.
Em 2025, as instituições acolhidas pelo Solidariedade Transforma foram o Instituto do Meio Ambiente de Pernambuco (IMOA) e a APAE Caruaru. “A nossa causa maior é fazer chegar as doações às instituições. Prestamos contas. A gente diz que vai fazer e tá fazendo. Acontece uma vez ao ano o evento, mas a ideia é que a gente possa fazer pequenos movimentos o ano todo. A gente pode fazer a diferença sempre. Deus faz a diferença na minha vida sempre, porque não posso usar essa visibilidade para fazer a diferença no outro? Estou muito feliz com o objetivo alcançado, foram duas mil pessoas presentes e foi um sucesso”.
O que a Paloma de hoje diria para a Paloma do início, ainda pequena? “Eu acho que a Paloma de hoje diria para a Paloma lá de traz: você já conseguiu muito. Estou numa fase de comemoração. São 40 anos de idade e 30 de carreira. Publicidade, teatro, me formei em Artes Cênicas, tive oportunidade com mais presença na televisão e ter esse retorno do público e do mercado me faz sentir muito realizada e com força para continuar, porque se cheguei aqui, foi porque plantei sementes no caminho que estão florescendo. Tenho muito tempo pela frente e plantando novas sementes e colhendo mais frutos no universo artístico”.
“Como mulher, há tantas vozes como a minha para buscar espaço e reconhecimento, buscar o lugar que a gente merece. De ser quem somos, de trabalhar onde queremos, de viver como queremos, de ter a nossa possibilidade de escola, como se colocar diante da sociedade, família, casa, trabalho. Assim como a Catarina em O Cravo e a Rosa, levantando essa bandeira, eu me inspiro em mulheres que militaram e que ecoam na minha vida, me dando possibilidade de dar continuidade, abrindo caminho para gerações futuras. Estamos em um lugar em que precisamos ter nosso espaço para existir, e para ser também”, finalizou Paloma.
Mas antes, um recado para todos: “Convido os baianos para estar com a gente neste final de semana, é a minha primeira vez no teatro em salvador, tenho certeza que é um público acolhedor e é para toda a família, queremos ver o teatro lotado e, quem sabe, com sessões extras?”.
As apresentações acontecem entre os dias 25 e 27 de julho, no Teatro Faresi. Os ingressos custam a partir de R$ 50 e podem ser adquiridos através da plataforma Ingresso Digital.
