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O começo de outro papado: a primeira benção de Leão XIV

O começo de outro papado: a primeira benção de Leão XIV
Camilly Oliveira

Camilly Oliveira

08/05/2025 5:52pm

Foto: Vatican News

O novo Papa surgiu entre as cortinas vermelhas como quem sabe que carrega séculos nas costas, mas também como quem entende que o tempo agora exige mais leveza do que peso. Leão XIV, nome escolhido por um sul-americano, mas nascido em Chicago, que agora ocupa o trono de Pedro, não quis impressionar com gestos. Preferiu falar com o coração.

Sem esticar palavras, abriu com uma frase que diz tudo: “Todos podemos caminhar juntos em direção àquela pátria a qual Deus nos preparou.” Não se colocou acima, nem à frente. Colocou-se ao lado. A escolha do verbo não foi acidental. Caminhar juntos agora é projeto. Sugere uma Igreja menos vertical, mais companheira.

Leão XIV não deixou de lado as formalidades: saudou Roma com o respeito devido. Mas fez questão de lembrar o Peru, sua origem, sua gente. Quando pediu uma Igreja que construa pontes e mantenha o diálogo, falava mais ao planeta do que à cúria. O novo pontificado começa com uma recusa clara aos muros que são físicos e ideológicos. Acolher se torna proposta central. E não parou de repetir que a Igreja é aberta para todos. 

Nesta quinta-feira, dia de Nossa Senhora de Pompeia, e o Papa soube usar o momento. Não recorreu à devoção por protocolo. Transformou a súplica em gesto político. Não pediu por si, mas pelo mundo, pela paz e pela Igreja.

Naquela sacada, diante de milhões, não se viu um pontífice apenas, mas como um ponto de virada. Se Francisco empurrou as portas do Vaticano para fora, Leão XIV está disposto a derrubar todos os muros. A janela foi só o começo.