Dentista baiana será palestrante em congresso internacional em Nova York
A cirurgiã-dentista Manuela Coelho, formada pela Escola Baiana de Odontologia e Saúde Pública, será uma das palestrantes da 100ª edição do Greater New York...
Luiz Vergueiro, diretor de Operações do Mercado Envios no Brasil, fala com exclusividade para a Let’s Go sobre essa nova empreitada e como a empresa está enfrentando a crise econômica gerada pelo novo coronavírus.
Por: Brenda Sales
Foram diversos os percalços pelos quais o Mercado Livre passou desde a sua fundação, em 1999, até se tornar a companhia líder em tecnologia para e-commerce e serviços financeiros na América Latina. Em 2020, a empresa celebrou a conquista, pelo quarto ano consecutivo, do “Prêmio Top of Mind DataFolha”, na categoria Site de Compras. O Mercado Livre é, ainda, considerado o maior e mais completo marketplace da América Latina, com 76,1 milhões de usuários ativos e mais de 12 milhões de vendedores, incluindo grandes marcas. A cada segundo, 19 vendas são realizadas na plataforma.
Entretanto, como todas as outras empresas, o Mercado Livre também se deparou com a crise econômica e social decorrida da pandemia global da COVID-19, necessitando superar novas adversidades. Em meio a este contexto, o Mercado Livre escolheu a Bahia, estrategicamente, para inaugurar um novo centro de distribuição. Para compreender os motivos que fizeram a empresa escolher o Estado baiano, a Let´s Go conversou com o seu diretor de Operações, Luiz Augusto Vergueiro, que tem vasto currículo de experiência assumindo a liderança de operações, logística e transporte de grandes empresas como Rhodia, Ambev, Rocket Internet, Olook, Infracommerce. Vergueiro comenta como foi conduzir as operações do Mercado Livre no atípico ano de 2020, falando sobre pandemia, sustentabilidade, colaboração, aprendizados e futuro.
Você assumiu a direção de Operações do Mercado Envios há cerca de dois anos. Quais são os desafios de operacionalizar a distribuição e a entrega de mercadorias em um país de dimensões continentais como o Brasil?
Os desafios são muito grandes, mas é justamente isso que torna o trabalho interessante. Entrei no Mercado Livre já diante de um cenário de forte investimento em sua malha de logística própria para realizar entregas cada vez mais rápidas e com preços menores. Para percorrer essas enormes distâncias, no ano passado iniciamos parcerias com companhias aéreas comerciais, abrindo mais destinos com volume constante durante a quarentena e garantindo que as pessoas fossem abastecidas com segurança em suas casas. E em novembro anunciamos uma frota de quatro aviões 100% dedicada à empresa, com o objetivo de reduzir os prazos de envio dos pacotes no Brasil, além de aumentar a capacidade de entregas para o dia seguinte nas compras de produtos armazenados em nossos Centros de Distribuição de Fulfillment. Atualmente, temos quatro em funcionamento, um deles localizado em Lauro de Freitas, próximo a Salvador, inaugurado em setembro de 2020, em plena pandemia. E anunciamos a abertura de mais quatro: dois em São Paulo, um em Minas Gerais e outro em Santa Catarina.
Os novos centros de distribuição estão contemplados no investimento anunciado pela companhia de R$ 4 bilhões no Brasil ao longo de 2020, que envolve também a ampliação da frota própria de entregas, a instalação de novos centros de distribuição e cross-docking, e o desenvolvimento de novas ferramentas com o objetivo de reduzir o tempo e o custo de entrega do marketplace.
O que mudou na dinâmica de distribuição do ML neste cenário de tanta adversidade causado pela pandemia do coronavírus?
Nos centros de distribuição, onde o trabalho não pode acontecer remotamente, criamos protocolos rígidos de segurança para garantir o cuidado com as pessoas. Ouvimos parceiros de e-commerce da Ásia, que já estavam enfrentando a pandemia antes de nós, e optamos por compartimentalizar os grupos de trabalho para reduzir o contato entre as pessoas. Também intensificamos as ações de limpeza em cada troca de turno, tanto no centro de distribuição quanto no transporte fretado, além da higienização que os próprios colaboradores fazem de suas ferramentas e postos de trabalho.
Passamos a medir diariamente a temperatura dos motoristas e colaboradores que atuam/passam pelos nossos centros de distribuição. Caso alguém apresente febre, é direcionado imediatamente ao ambulatório da empresa e, se necessário, a um hospital, para que o atendimento seja conduzido segundo o protocolo de saúde e segurança vigente. Pensando na segurança até a última milha, eliminamos a necessidade da assinatura do cliente no celular do entregador ao receber a encomenda, além de redobrar a disponibilidade de álcool em gel para os entregadores. Com isso, evita-se o contato que cada entregador faz todos os dias, reduzindo o risco de contágio.
Como o Mercado Livre agiu para enfrentar a pandemia da COVID-19 e de que forma este cenário impactou nos processos internos da empresa e em suas estratégias?
Diante do cenário desafiador imposto pela pandemia, o Mercado Livre foi muito rápido em tomar iniciativas internas e externas no enfrentamento da pandemia para deixar nossos funcionários em segurança; manter a operação funcionando; as pessoas sendo abastecidas em segurança em suas casas; e os empreendedores trabalhando e gerando renda para as suas famílias e funcionários.
A primeira atitude foi garantir a segurança das nossas pessoas. Em poucos dias, aproximadamente, 90% dos nossos colaboradores na América Latina passaram a trabalhar de casa. E como mencionei anteriormente, para as equipes que seguem em nossos centros logísticos foram reforçadas ao máximo as medidas de prevenção.
Também iniciamos campanhas para apoiar a sociedade e os empreendedores. Desde então, o Mercado Livre já investiu R$ 20 milhões em medidas que visam apoiar o pequeno vendedor em nossa plataforma e, ainda, facilitar o consumo de bens essenciais durante a quarentena.
Diante da enorme demanda, alguns planos foram antecipados, como a seção exclusiva de Supermercado. Lançada em abril, a página já conta com dezenas de milhares de itens de diversas marcas como: Heineken, Pepsico, Reckitt, Mead Johnson, Unilever Alimentos, 3 Corações e Danone.
"Acredito que uma das razões para a empresa chegar aonde chegou foi o fato de valorizar e perseguir a inovação"
Luiz Vergueiro
Durante a pandemia, vimos e estamos vendo grandes empresas mundo afora se posicionando e atuando de forma contundente nos quesitos solidariedade e inclusão. O que você acha que os consumidores esperam das grandes marcas, sobretudo no cenário atual, e como o ML se posiciona quanto a isso?
Assim como os demais setores, no Mercado Livre tivemos que superar uma série de desafios impostos pela pandemia, com iniciativas de prevenção, consumo responsável e solidariedade. Acreditamos que esse deve ser o papel das grandes empresas que atuam no país: o de reforçar a comunicação sobre os cuidados necessários para evitar o contágio e oferecer serviços que facilitem a vida da população neste cenário.
Ainda em março de 2020, lançamos a campanha regional “Juntos. De mãos dadas, ou não. Para dias melhores chegarem o quanto antes”, que também inclui a parceria do Mercado Livre com a Cruz Vermelha para uma campanha de doações. A campanha reforça uma série de iniciativas de prevenção ao coronavírus, solidariedade e responsabilidade social, conduzidas pelo Mercado Livre e pelo Mercado Pago para apoiar os seus usuários, colaboradores e a sociedade de modo geral neste cenário.
Em Lauro de Freitas, por exemplo, desde a concepção do nosso centro logístico, nos preocupamos em nos integrar à região e contribuir para a inclusão dos jovens do entorno da operação no mercado de trabalho por meio do projeto “Redes para o Futuro”, um programa latino-americano de formação profissional do Mercado Livre, voltado para a educação e a empregabilidade de jovens nas comunidades onde a empresa atua. Ofertado gratuitamente, o programa conta, no Brasil, com o Instituto Aliança como parceiro executor. Formamos 118 pessoas na primeira turma – 25% foram inseridos no mercado de trabalho no primeiro mês e temos ainda 28 jovens em processos seletivos dentro da empresa. Pretendemos abrir novos grupos no futuro.
Qual o posicionamento do ML no que diz respeito a atuar em prol de um capitalismo mais consciente e sustentável?
Sustentabilidade é um dos pilares do Mercado Livre. A estratégia da empresa com relação ao tema busca, entre outras coisas, capacitar e apoiar a atuação de empreendimentos que já promovem impactos socioambientais positivos, além de ampliar a venda de produtos sustentáveis na plataforma.
Para incentivar o consumo desses tipos de itens, criamos em 2019 uma categoria específica de Produtos Sustentáveis na plataforma, em evolução à EcoFriday, uma campanha que promove produtos com impactos socioambientais positivos durante uma semana por ano, inspirada na Black Friday. Segundo um levantamento interno, entre junho de 2019 e maio de 2020, 2,5 milhões de usuários em toda a América Latina compraram produtos com proposta sustentável – só do Brasil foram 1,4 milhão de consumidores. Ao apoiar e também capacitar empreendedores de impacto, alimentamos esse ciclo virtuoso, em constante evolução.
O que mudou no Mercado Livre em seus mais de 20 anos de trajetória?
Muita coisa mudou nesses 20 anos, mas o que se mantém o mesmo é o nosso propósito de contribuir para a democratização do acesso ao comércio e a serviços financeiros na América Latina. Durante a pandemia, esse propósito ficou ainda mais claro e urgente. Ficamos muito felizes em poder ajudar os empreendedores que tiveram as portas de seus negócios fechadas e viram no e-commerce e nas nossas soluções financeiras opções seguras e rápidas para escoar a produção, realizar transações bancárias etc. E do lado dos consumidores, pudemos mantê-los abastecidos e seguros em suas casas, no cenário do isolamento social.
Quais lições vocês acreditam que o empresariado brasileiro pode aprender com a trajetória do Mercado Livre?
Acredito que uma das razões para a empresa chegar aonde chegou foi o fato de valorizar e perseguir a inovação. Esse tema perpassa todos os setores e todas as equipes para nos ajudar a encontrar soluções criativas para todas as questões do nosso ecossistema: e-commerce, fintech e logística. Outro ponto que destaco é que esse processo de inovação é colaborativo, feito, principalmente, em colaboração com agentes externos, como parceiros, colaboradores e usuários, entre outros. Trabalhamos em equipe, com afinco e também com diversão, pois acreditamos que é preciso se divertir durante o processo.
Vocês inauguraram recentemente um novo centro de distribuição na Bahia. Por que a escolha do nosso Estado para a instalação desse novo centro? Qual a representatividade da Bahia e/ou da Região Nordeste para o Mercado Livre? O frete continua sendo o maior desafio?
A inauguração desse centro de distribuição no Nordeste é bastante estratégica para darmos um salto de qualidade na experiência do cliente do nosso marketplace. Buscamos realizar entregas ainda mais rápidas e a preços menores. O centro de distribuição, que está em operação desde setembro, é um hub de distribuição, que otimiza as entregas na região – mesmo dia e dia seguinte para Salvador – e prazos mais curtos também para outras localidades do Nordeste. Todas as capitais do Nordeste já recebem no dia seguinte e inúmeras cidades do interior em até dois dias.
É importante destacar que essa operação logística em Lauro de Freitas também vai ajudar os empreendedores locais a terem uma opção de logística premium sem terem que investir para isso. Esse movimento está diretamente ligado ao nosso compromisso de democratizar o e-commerce e contribuir para que as nossas ações se reflitam em toda a cadeia de valor envolvida.
Para onde o Mercado Livre quer ir nos próximos anos?
Vemos o futuro do e-commerce de forma bastante positiva. As entregas precisas – rápidas e a custos cada vez mais baixos – realizadas pelo Mercado Envios, em sinergia com os outros produtos e serviços oferecidos pelo Mercado Livre, como pagamento seguro e grande sortimento de produtos, por exemplo, geram uma experiência de excelência para o usuário. Mesmo durante a pandemia, não só mantivemos as operações funcionando, melhoramos os prazos e o preço das entregas, assim como ampliamos o sortimento e a oferta de crédito dentro da nossa plataforma. Com isso, acreditamos que os novos entrantes no marketplace, seja para comprar ou para vender, terão experiências majoritariamente satisfatórias para continuarem usufruindo da tecnologia mesmo após a superação da pandemia.
Que mensagem você gostaria de deixar para o empresariado e clientes brasileiros que foram afetados pela pandemia do coronavírus?
A pandemia trouxe uma série de desafios, especialmente para os empreendedores brasileiros. Para aqueles que estão iniciando a sua jornada no comércio on-line, eu gostaria de ressaltar que não estão sozinhos. O Mercado Livre é a porta de entrada natural para esses empreendedores, seja pela segurança ou pela facilidade de uso da nossa plataforma. Temos um ecossistema robusto, com produtos e soluções para que a experiência do comércio on-line seja a melhor possível, tanto para os novos vendedores e compradores quanto para aqueles que já estão no mercado digital faz tempo.
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