Marinha do Brasil homenageia navegador Aleixo Belov no Rio de Janeiro

Fotos e informações: SO Samuel e 1° SG-OR Carlos / Agência Marinha de Notícias 

A Marinha do Brasil prestou homenagem ao navegador, engenheiro e escritor Aleixo Belov em um evento especial realizado nesta quinta-feira (20), no Museu Naval, no Rio de Janeiro. Organizada pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), a cerimônia destacou as conquistas do ucraniano naturalizado brasileiro, que realizou cinco voltas ao mundo a bordo de veleiros que ele próprio construiu.

Entre os destaques da programação esteve a exibição do documentário "Belov: Uma Vida no Mar", dirigido por Tiago Abubakir. Premiado em festivais nacionais e internacionais, o curta-metragem apresenta uma perspectiva sensível e poética sobre as expedições de Belov e sua dedicação ao ensino da navegação. "O filme não apenas informa, mas também celebra a trajetória de um dos grandes navegadores do Brasil", afirmou Abubakir.

O evento também contou com uma sessão de autógrafos do livro "Uma Vida Inteira de Amor ao Mar", primeiro volume da trilogia autobiográfica de Belov. A obra narra sua jornada desde a chegada ao Brasil até as explorações nos oceanos. Além disso, foi inaugurada uma exposição com itens históricos pertencentes ao Museu do Mar Aleixo Belov, localizado na Bahia, reforçando o compromisso do navegador em inspirar novas gerações de exploradores.

Para o Diretor do Museu Naval, Vice-Almirante Gilberto Santos Kerr, a homenagem reconhece a relevância de Belov para a história marítima do país. "Sua vida é um exemplo magnífico de dedicação ao mar. Queremos dar mais visibilidade a esse grande entusiasta da navegação brasileira", declarou.

Uma vida dedicada aos oceanos

Nascido na Ucrânia, Aleixo Belov chegou ao Brasil ainda criança, fugindo da guerra com sua família. No país, formou-se em Engenharia Civil, mas foi no mar que encontrou sua verdadeira paixão. "Transformei meu hobby em profissão", conta o navegador, que iniciou sua relação com os oceanos ainda jovem, quando ganhou um óculos de mergulho e se encantou com as águas da Bahia.

Determinando-se a explorar o mundo, construiu no quintal de casa seu primeiro veleiro, o "Três Marias", com o qual realizou, sozinho, três voltas ao mundo. Posteriormente, projetou e construiu o Veleiro Escola "Fraternidade", permitindo que jovens o acompanhassem em expedições educacionais. Com essa embarcação, completou sua quarta e quinta volta ao mundo, passando pela Antártica e realizando a desafiadora travessia da Passagem Noroeste, no ártico canadense.

"Depois de três viagens, percebi que tinha muito a ensinar. Construí o 'Fraternidade' para compartilhar esse conhecimento e formei mais de 60 navegadores", relembrou Belov.

Em 2012, sua contribuição para a navegação foi reconhecida com a Medalha e o Título de Cavaleiro da Ordem do Mérito Naval, uma das mais altas honrarias da Marinha do Brasil.

Aos 82 anos, Belov segue em busca de novos desafios. No próximo dia 12 de abril, embarcará em uma nova expedição, desta vez rumo às águas geladas da Sibéria. "Não encontro nada em terra que me apaixone tanto quanto o mar. Estou com saudades e vou voltar", declarou o navegador, reafirmando seu espírito aventureiro e sua inabalável conexão com os oceanos.