Fundação Gregório de Mattos inaugura efígie de Cira do Acarajé em Itapuã

Fotos: Jefferson Peixoto / Secom PMS

O bairro de Itapuã passou a contar, a partir desta quinta-feira (4), com um novo monumento que celebra uma de suas figuras mais emblemáticas. A Fundação Gregório de Mattos (FGM), em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal), inaugurou uma efígie em homenagem a Cira do Acarajé, instalada na praça Oxum do Abaeté. A obra reconhece o legado cultural e gastronômico deixado pela baiana, referência no ofício por mais de cinco décadas.

A cerimônia reuniu familiares, amigos, moradores, representantes da Prefeitura e apresentações do grupo Malezinho e das Ganhadeiras de Itapuã. A entrega marca também os cinco anos da morte de Cira, ocorrida em 4 de dezembro de 2020, data que coincide com o dia dedicado a Santa Bárbara e Iansã, orixá ao qual o acarajé é consagrado.

A efígie foi posicionada em frente ao ponto onde Cira trabalhou durante mais de 50 anos, atraindo baianos e turistas e consagrando seu acarajé — eleito 16 vezes o melhor de Salvador. Assumindo o tabuleiro aos 17 anos, após a morte da mãe, ela transformou o ofício em símbolo da identidade de Itapuã e expandiu sua atuação para quiosques no Rio Vermelho e em Piatã.

O presidente da FGM, Fernando Guerreiro, destacou a relevância da homenagem. “A baiana de acarajé é um patrimônio, e registrar essas histórias nos espaços da cidade é fundamental. Esta é a primeira efígie de uma baiana de acarajé em Salvador. As pessoas vão ver a figura de Cira e querer saber mais sobre ela. É um reconhecimento da sua trajetória e importância”, afirmou.

O diretor de Patrimônio e Equipamentos Culturais da FGM, Vagner Rocha, ressaltou o simbolismo da entrega. “Inaugurar essa efígie em Itapuã é eternizar o legado de Cira do Acarajé. Hoje lembramos os cinco anos do seu falecimento, e entregar este monumento no bairro onde ela nasceu, cresceu e construiu sua história é muito significativo”, disse.

Para a filha de Cira, Cristina de Jesus Santos, o momento realiza um desejo antigo da família. “É emocionante saber que meus netos vão olhar essa imagem e perguntar quem foi ela. Minha mãe criou os filhos sozinha e nos deixou esse legado, que seguimos com amor, mantendo o cuidado que ela ensinou. É uma honra ver a primeira baiana homenageada em uma praça pública”, afirmou.