Fotos: Tiago Xavier / Projeto Marcia Meccia
Referência da boemia soteropolitana, o Boteco do França completa 25 anos em 2025 e se prepara para inaugurar uma nova unidade em Praia do Forte, no Litoral Norte. A expansão marca um novo capítulo na trajetória do restaurante criado por Zé Raimundo em um beco do Rio Vermelho, em 2000, que se tornou parte da paisagem cultural de Salvador.
Mais do que um ponto de encontro, o Boteco se consolidou como espaço de convivência e memória afetiva. “Naquela época, abrir um ‘boteco’ era quase um ato de coragem. O termo ainda tinha um peso negativo, mas queríamos mostrar que podia ser um lugar de qualidade e de boas conversas”, lembra o fundador.
A nova unidade, prevista para novembro, nasce como continuidade dessa história. O projeto arquitetônico é assinado por Márcia Meccia, com fachada de Bel Borba, artista responsável também por intervenções no beco original do Rio Vermelho. O cardápio manterá alguns dos pratos mais conhecidos, como o Arroz de Polvo e o Peixe Belle-Meuniere, e trará criações inspiradas no clima de Praia do Forte.
Hoje, o Boteco é também um negócio familiar, administrado por Zé Raimundo e seus filhos. A decisão de expandir surgiu do diálogo com os frequentadores — boa parte deles turistas. “Muitos pediam uma casa no Litoral Norte. Praia do Forte apareceu como um caminho natural”, explica.
Desde a inauguração, o restaurante acompanhou as transformações do Rio Vermelho e se tornou um símbolo do bairro. “Acreditei no potencial daquele pedaço da cidade, pela mistura de públicos e pela energia que sempre teve”, diz o empresário.
Ao longo dos anos, o Boteco acumulou histórias que ultrapassam o balcão. Zé Raimundo recorda clientes que viraram amigos e episódios curiosos, como o de um freguês exigente que acabou virando nome de prato no cardápio. “São lembranças que fazem parte da alma do lugar”, comenta.
Para marcar os 25 anos, o restaurante lança também uma nova identidade visual, desenvolvida pela HWG Branding. A atualização busca refletir a maturidade da marca sem perder o vínculo com sua origem. “Inovar é uma forma de continuar vivo, sem romper com o que somos”, afirma Zé Raimundo.
O Boteco do França segue como testemunha e protagonista de um Rio Vermelho que resiste às mudanças da cidade. E agora leva sua história para o mar aberto, sem pressa — fiel ao espírito de quem fez da simplicidade e da convivência o segredo de sua permanência.
