Diversidade e inclusão

Queima de fogos pode desencadear crise sensorial em autistas no Réveillon

Especialistas alertam que ruídos intensos da virada afetam pessoas com TEA, idosos e crianças pequenas

Queima de fogos pode desencadear crise sensorial em autistas no Réveillon
Jacson Gonçalves

Jacson Gonçalves

31/12/2025 2:37pm

Foto: Reprodução/Freepik


A tradicional queima de fogos na virada do ano, presente em celebrações pelo Brasil, pode ser especialmente prejudicial para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outros grupos sensíveis, segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil. O barulho intenso e prolongado dos fogos pode desencadear o que é conhecido como crise sensorial, especialmente em quem tem maior sensibilidade auditiva. 

Neuropediatras e neurologistas explicam que, para muitas pessoas com TEA, o ruído dos artefatos não é interpretado como celebração, mas sim como um estímulo desconfortável ou até ameaçador. Isso pode levar a reações como ansiedade, irritabilidade, tentativa de fuga do ambiente e até agressividade, além de dificuldade para dormir e prolongamento do estresse por dias após a festa. 

Profissionais também destacam que idosos — especialmente com demência — e crianças pequenas podem sofrer efeitos negativos semelhantes, como delírios, alterações no sono e impacto no bem-estar físico e emocional. 

Diante desse cenário, algumas cidades brasileiras já começaram a revisar o uso de fogos com estampido em eventos públicos, optando por alternativas menos agressivas ao ouvido, como fogos silenciosos, espetáculos de luzes ou drones, que preservam o simbolismo das comemorações sem impor sofrimento sensorial a parte da população. 


Profissionais de saúde e defensores da inclusão defendem maior empatia e adaptação das celebrações, para que todos possam participar das festas de fim de ano sem prejuízo à saúde.