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Medicina Integrativa e Longevidade: um novo olhar para viver mais e melhor

Medicina Integrativa e Longevidade: um novo olhar para viver mais e melhor
João Costa

João Costa

18/11/2025 8:00pm

📷 Foto: Acervo Pessoal

A busca por uma vida mais longa e plena tem impulsionado pacientes e profissionais a adotarem práticas que vão além da medicina tradicional. A Medicina Integrativa, que combina ciência, prevenção, hábitos saudáveis e terapias complementares com comprovação científica, emerge como um dos caminhos mais promissores na promoção de saúde e longevidade.

Nesta entrevista, a Dra. Lílian Espíndola explica os pilares dessa abordagem e como ela pode transformar a forma como envelhecemos.

Como a Medicina Integrativa contribui para a longevidade?

Dra. Lílian Espindola: A Medicina Integrativa contribui para a longevidade de forma significativa por meio de uma abordagem completa e individualizada que enxerga o paciente como um todo: corpo, mente, emoções, genética, epigenética e fatores sociais.

Ela não vê a doença de forma isolada, mas atua na prevenção, na promoção do bem-estar e na busca pelo equilíbrio, que são pilares essenciais para viver mais e com mais qualidade, garantindo uma recuperação mais rápida, redução da dependência de medicamentos e diminuição da necessidade de procedimentos invasivos, contribuindo para uma vida mais plena e com mais energia ao longo dos anos.

A medicina integrativa e de longevidade é reconhecida como especialidade médica no Brasil?

Dra. Lílian Espindola: A Medicina  não é reconhecida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) como uma especialidade ou área de atuação médica. Isso significa que, de acordo com o CFM, ela funciona mais como uma qualificação ou uma pós-graduação, e não como “especialidade médica” oficial. É considerada um Curso de pós-graduação (lato sensu), mesmo que reconhecida pelo MEC, não conferem o título de especialista.

Essa especialização está aberta para os médicos graduados, e é oferecida em cursos de extensão ou de especialização em Medicina. Assim, desde que o profissional já tenha concluído os seis anos de duração da graduação, ele estará apto para se inscrever e ingressar na especialização em Medicina Integrativa

Como funciona a integração de terapias?

Dra. Lílian Espíndola: A integração das diferentes terapêuticas funciona através da combinação de diferentes abordagens, técnicas e recursos terapêuticos para tratar o paciente da melhor forma ante as suas necessidades e adotando um plano de tratamento personalizado

combinando as abordagens mais eficazes para as demandas específicas de cada paciente. Destacamos as Práticas Integrativas como grandes aliadas da Medicina Integrativa como a Acupuntura, a Homeopatia, a Fitoterapia e outras que buscam através dessa Integração, oferecer ao paciente a possibilidade de um tratamento individualizado.

 Quais os pilares e benefícios da medicina integrativa para a longevidade?

Dra. Lílian Espíndola: A medicina integrativa preza pela abordagem Holística que compreende o paciente como um todo (corpo, mente e espírito) e na identificação das causas raiz das doenças, não apenas no alívio dos sintomas. Para a longevidade, ela oferece benefícios como o aumento da qualidade de vida, prevenção de doenças crônicas e promoção de um envelhecimento saudável e ativo, além de estabelecer uma maior confiança na relação médico-paciente.

O paciente é um agente ativo e corresponsável pelo seu próprio processo de cura e saúde.

Qual a diferença entre a medicina da longevidade e a geriatria tradicional?

Dra. Lílian Espíndola: O fato é que enquanto a geriatria lida com os efeitos do envelhecimento e as doenças a ele associadas no paciente já idoso, a medicina da longevidade busca entender e modular os mecanismos do envelhecimento para prevenir essas doenças e estender o período de saúde ótima, começando muitas vezes em idades mais jovens. A principal diferença reside no foco: a geriatria tradicional foca no manejo e tratamento de doenças em pessoas idosas, enquanto a medicina da longevidade adota uma abordagem mais proativa e preventiva, buscando intervir nas causas subjacentes do envelhecimento para prolongar a vida saudável (tempo de vida com qualidade).

 Quais tipos de terapias complementares são mais eficazes para a longevidade?

Dra. Lílian Espíndola: As terapias complementares mais eficazes para a longevidade são aquelas que, baseadas em evidências científicas, promovem o bem-estar físico, mental e social, e auxiliam no manejo do estresse e na prevenção de doenças crônicas.

As práticas com maior respaldo científico e que integram a medicina integrativa para um envelhecimento saudável incluem:

Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia, Meditação, Yoga e várias envolvem 29 práticas Integrativas e Complementares elenca casos como Política Publicas pelo Ministério da Saúde A medicina integrativa enfatiza o tratamento do paciente como um todo, combinando o melhor da medicina tradicional com terapias complementares cuja segurança e eficácia tenham sido cientificamente comprovadas.

O uso de suplementos (como ômega 3, coenzima Q10, magnésio) é recomendado para todos?

Dra. Lílian Espíndola: Muito embora a suplementação seja uma necessidade de todos, ela precisa ser *individualizada por um profissional e seu não é recomendado para todos, pois a necessidade varia de acordo com a saúde individual, idade e dieta. É crucial consultar um médico ou nutricionista antes de começar a suplementação para evitar efeitos indesejados e garantir que a suplementação seja realmente necessária.

 Quais exames ou avaliações específicas a senhora utiliza para montar um plano de longevidade?

Dra. Lílian Espíndola: Na Medicina integrativa utilizamos um plano individualizado e abrangente da saúde do paciente, focando em prevenção e qualidade de vida a longo prazo. A abordagem envolve uma combinação de testes laboratoriais, Bioquímica geral, avaliações físicas, cognitivas e de estilo de vida e sempre baseados em resultados e parâmetros que foram estudados cientificamente.

Qual o papel do paciente nesse processo?

Dra. Lílian Espíndola: O Paciente na Medicina Integrativa, passa a ter o papel de agente transformador que, com o apoio do Médico, estabelece uma relação de confiança e se capacita para fazer escolhas conscientes que integram diferentes práticas e hábitos em sua vida diária, visando a otimização de sua saúde e qualidade de vida.

O tratamento integrativo substitui o acompanhamento médico convencional ou de especialistas?

Dra. Lílian Espíndola: A medicina integrativa trabalha em conjunto com os tratamentos médicos tradicionais, e não como uma alternativa isolada a eles. O tratamento integrativo entra como um suporte adicional para melhorar a qualidade de vida, aliviar sintomas e promover o bem-estar geral do paciente. Como a maioria dos Médicos que atuam na Medicina Integrativa, já tem uma Especialidade de base, nada impede que os pacientes busquem como primeira escolha um médico Integrativo para acompanhá-lo, sabendo que essas várias Especialidades e atuam em conjunto pelo bem-estar do paciente de acordo com as suas necessidades.

Como a alimentação e o estilo de vida são abordados?

Dra. Lílian Espíndola: A visão integrativa entende que o corpo, a mente, as emoções e o espírito funcionam como um sistema único — e que hábitos cotidianos têm impacto direto na prevenção, no tratamento e na longevidade, portanto a alimentação e o estilo de vida são considerados pilares centrais e a nutrição é vista não apenas como energia, mas como informação biológica que modula inflamação, hormônios, imunidade e expressão genética.

A Medicina Integrativa pode reverter o envelhecimento?

Dra. Lílian Espíndola - A medicina integrativa vê o envelhecimento como um processo natural, mas acredita que seu impacto pode ser gerenciado e minimizado através de uma abordagem holística e personalizada com o objetivo de retardar o envelhecimento biológico e evitar doenças relacionadas a ele, ou seja, trabalha com a visão dos Cuidados Preventivos essenciais para a manutenção de um organismo saudável.