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Orgulho Autista: ser diferente não é defeito, é diversidade

No Dia do Orgulho Autista, é hora de trocar o olhar da pena pelo respeito à identidade

Orgulho Autista: ser diferente não é defeito, é diversidade
Jacson Gonçalves

Jacson Gonçalves

18/06/2025 8:02pm

Foto: Freepik

Hoje, 18 de junho, é celebrado o Dia do Orgulho Autista. Uma data que vai muito além da conscientização: é sobre resistência, visibilidade e o direito de existir com dignidade em um mundo que ainda insiste em tratar o diferente como problema. É um convite para todos — famílias, escolas, empresas e governos — repensarem suas estruturas e entenderem que ser autista não é estar quebrado. É apenas ser diferente em uma sociedade que, historicamente, falha em acolher a diversidade.

Enquanto muita gente ainda associa o autismo exclusivamente a limitações, a comunidade autista vem mostrando que existe potência, sensibilidade e inteligência em formas variadas de ser, comunicar e perceber o mundo. O problema não está no autismo em si, mas nas barreiras sociais impostas por um modelo que cobra “normalidade” como se todos fossem feitos do mesmo molde.

Faltam políticas públicas efetivas, capacitação profissional, acolhimento no sistema de saúde, inclusão escolar verdadeira e acesso à reabilitação desde a infância. Mas também falta algo mais sutil e profundo: empatia sem infantilização. O autista não precisa ser salvo, nem transformado. Ele precisa ser ouvido, respeitado e valorizado — com seus interesses, seu tempo e sua autonomia.

No Dia do Orgulho Autista, é preciso lembrar que cada pessoa no espectro é única. E que orgulho, neste caso, não é vaidade: é sobrevivência. Porque quando o mundo tenta apagar quem você é, ter orgulho se torna um ato político. Que hoje e sempre possamos levantar essa bandeira com coragem e coerência, em nome de um Brasil verdadeiramente inclusivo — onde ser diferente deixe de ser um fardo e passe a ser o que sempre foi: parte legítima da nossa humanidade.