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Nomes como Marrom não se aposentam. Eles permanecem

Um dos mais conhecidos e longevos jornalistas baianos, Osmar “Marrom” Martins anunciou sua aposentadoria nesta quinta-feira (04), após mais de quatro décadas de atuação

Nomes como Marrom não se aposentam. Eles permanecem
Matheus Pastori

Matheus Pastori

05/09/2025 4:40pm

Foto: Acervo Pessoal / Osmar Martins 


Se você é jornalista, baiano, e não conhece Marrom, procure saber. Porque assim como alguns assuntos são tidos como de conhecimento geral, alguns nomes seguem este mesmo raciocínio.

Osmar “Marrom” Martins – grafado desta forma, entre aspas, como se habituou a assinar – tornou-se influenciador antes mesmo deste termo se popularizar, e muito antes, diga-se de passagem, dele ser banalizado. Este senhor afável, com seu jeito descontraído, fez o que apenas um seletíssimo grupo de comunicadores alcançou: tornou seu nome uma grife.

E mais: conseguiu, sobretudo por meio do jornal impresso, por meio das letras, aproximar-se de toda sorte de público – o que não é comum para uma mídia considerada mais elitizada. Junto à saudosa amiga e companheira de trabalho Wanda Chase, formou uma lendária dupla dinâmica da cobertura de entretenimento do estado: ele no jornal e na rádio, ela na televisão.

Nesta quinta-feira (04), Osmar publicou, com peculiar casualidade, aquilo que, ironicamente, viraria mais um de seus famosos furos de reportagem: a própria aposentadoria da Rede Bahia, empresa na qual fez carreira e da qual é patrimônio. Mas logo emendou: “estou indo para a Europa cobrir a Lavage de La Madeleine”.

Nomes como Marrom não se aposentam. Porque, durante seus mais de 40 anos de jornalismo, existiu um ponto no qual ele e aqueles que chegaram ao seu patamar transcenderam os meios, as páginas, os canais, as emissoras, os logotipos. Tornaram-se instituições vivas. Como diz um amigo, viraram autarquias.

E como você sabe, Marrom, autarquias não se aposentam. 

Autarquias permanecem.