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Soft power, liderança inclusiva e futuro

Conheça a história de Maria Medeiros Idealizadora do WELCOME WOMEN FORUM

Soft power, liderança inclusiva e futuro
Da Redação

Da Redação

28/09/2025 1:00pm

Nasci em Feira de Santana e, desde cedo, compreendi que meu caminhar não seria limitado por fronteiras geográficas, sociais ou culturais. Aprendi também que os “nãos” e os “nuncas” que ouvi e ouço soam como combustível para continuar a sonhar e a realizar. Sou movida pela intuição — é dela que nasce meu pensamento estratégico. Minha religião? Nenhuma. Minha fé? Imensa. Acredito em anjos, mas admiro mais os “diabinhos” declarados, pois revelam sua essência sem máscaras. Mulher inspiradora? Manuelita Sáenz. Recomendo assistir à série Bolívar para conhecer a personalidade dessa equatoriana visionária.


De forma resumida: sou graduada em Administração pela PUC-Rio e mestre em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Javeriana, em Bogotá. Residi e trabalhei na Itália, Espanha, Colômbia, Alemanha, bem como no Peru e nos Estados Unidos. Em cada país, confirmei que diplomacia cultural e capacidade de conectar pessoas são ingredientes indispensáveis para o exercício do soft power — a habilidade de influenciar e promover transformações mais profundas do que qualquer tratado internacional.


Atuei na Agência Brasileira de Cooperação Internacional, no Ministério das Relações Exteriores, em organismos multilaterais, no Centro Internacional de Responsabilidade Social e Sustentabilidade (Bogotá) e na Fecomercio-BA, sempre unindo cooperação internacional, inovação e impacto social. Paralelamente, mergulhei no universo do cerimonial, protocolo e etiqueta, ferramentas muitas vezes negligenciadas, mas decisivas para abrir portas, gerar alianças duradouras e negócios futuros.


Dessas vivências nasceu o Welcome Women Forum, projeto ambicioso e necessário. Ele reúne minha experiência internacional, a defesa da equidade e a crença no soft power do Brasil — expresso em sua capacidade de construir pontes, inspirar políticas e mobilizar empresas em prol da prosperidade, entendida como ecossistema de bem-estar integral, e não mera soma de bens.


O Fórum é uma plataforma internacional de ação, influência e transformação, planejada ao longo de seis anos para garantir que cada decisão, parceria e espaço tenha impacto real. Em 2026, Salvador será o ponto de encontro de lideranças femininas dos cinco continentes, organismos internacionais, embaixadas, governos, empresas, universidades e comunidades tradicionais. A Bahia foi escolhida não apenas por sua riqueza cultural, mas também por ser palco de profundas desigualdades que, paradoxalmente, escondem vastas oportunidades de negócio.


É nesse contexto que o conceito de soft power ilumina também a liderança empresarial. Assim como países conquistam influência ao inspirar, empresas ampliam mercados e impacto social quando atraem, em vez de excluir. A reputação, a diversidade e o compromisso social tornam-se diferenciais competitivos. O acesso a mercados não depende apenas de barreiras de entrada, mas da capacidade de conquistar clientes, talentos e investidores que desejam colaborar com organizações inovadoras e plurais.


A diversidade, portanto, não é adereço, mas vantagem estratégica. Grupos empresariais que se fecham em círculos restritos podem preservar conforto, mas arriscam perder relevância e oportunidades. Em um Brasil que desperta para a economia de impacto e para a transparência, ignorar a potência criativa que brota de mulheres, periferias, comunidades afrodescendentes e indígenas é limitar o próprio crescimento.


O Welcome Women Forum responde a esse desafio. Mostra, na prática, que inclusão e inovação caminham juntas. É o Brasil provando que o verdadeiro soft power surge quando transformamos diversidade em estratégia — quando a riqueza cultural e a força do nosso povo tornam-se capital de influência global.


Minha história é a de quem acredita que pessoas, empresas e nações crescem quando compartilham poder. Liderar é atrair, não impor. O futuro pertence a quem entende que prosperidade só existe quando vozes plurais se sentam à mesa. Aos grupos empresariais que ainda hesitam em abrir espaço, deixo uma provocação elegante e direta: qual será o custo de continuar ignorando a pluralidade que já move o presente e, inevitavelmente, definirá o mercado de amanhã?