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Perseverando na crise

A empresa baiana Avatim venceu as adversidades e tornou-se um case de sucesso durante a pandemia

Perseverando na crise
Otávio Queiroz

Otávio Queiroz

04/05/2021 3:30pm

O ano de 2020 foi de desafios para as empresas conseguirem se manter abertas ou aumentarem o seu faturamento. A pandemia do coronavírus trouxe diversos prejuízos para o setor empresarial, principalmente após as medidas de restrições estabelecidas por Estados e municípios na combate à COVID-19. 

Apesar disso, algumas empresas foram na contramão e apresentaram crescimento durante todo o ano de 2020. É o caso da Avatim, marca de cosméticos e perfumaria originada na Bahia. Fundada pelos sócios Mônica Burgos e César Fávero, a empresa possui, atualmente, 31 lojas em funcionamento em toda a Bahia e, no total, mais de 160 unidades em 26 capitais e no interior de todas as regiões do país.

"A empresa possui, atualmente, 31 lojas em funcionamento em toda a Bahia e, no total, mais de 160 unidades em 26 capitais e no interior de todas as regiões do país."

Apostando na ampliação de canais de vendas, a Avatim apresentou um crescimento não esperado nem mesmo pelo diretor comercial da empresa, Victor Midlej. “Diante do cenário da pandemia, esperávamos um avanço de 5%, mas conseguimos fechar o ano em 10%”, explica Midlej, que chega com a meta audaciosa de dobrar o tamanho da marca de cosméticos em três anos. 

Efeitos da pandemia 

Para vencer as dificuldades trazidas com o fechamento do comércio, a Avatim buscou novas alternativas para poder continuar levando o bem-estar e o autocuidado aos baianos. Durante esse tempo, foi implantado o sistema de delivery, além do lançamento do e-commerce. “Esta pandemia gerou um grande aprendizado para nós. O e-commerce foi lançado durante a pandemia e percebemos que ele é um canal de vendas adjacente, que não atrapalha os canais que já existem”, conta o sócio-fundador Cesar Fávero. 

E apesar do pouco tempo de lançamento, as vendas on-line já representam, aproximadamente, 10% do faturamento da empresa atualmente. Contudo, Fávero destaca os esforços para tornar as experiências cada vez mais extraordinárias também nos espaços físicos. “Nós temos um produto extremamente sensorial, então valorizamos as relações e experiências humanas. Nosso objetivo é fazer com que o cliente saia da loja entendendo o que está levando para casa”, afirma. 

"Valorizamos cada vez mais as relações e experiências humanas"

Cesar Fávero, sócio-fundador da Avatim

A fabricação de álcool em gel, intensificada entre os meses de março e maio do ano passado, também contribuiu para os bons números apresentados pela marca durante o período, além da abertura de um novíssimo Centro de Distribuição, em um espaço de 1.300 metros quadrados, na capital paulista, com o objetivo de facilitar a logística dos produtos entre a fábrica, localizada em Ilhéus, e as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. 

Novos nichos e internacionalização 

A Avatim, fabricante de cosméticos e perfumaria para o corpo e ambiente, também conta com um plano ousado para internacionalizar a marca. Presente hoje na Espanha e em Portugal por meio das vendas diretas, a ideia é implantar unidades em diversos países no exterior. Na Europa, por exemplo, a primeira delas será em Madri. Já aqui na América, o México é o país escolhido para receber franquias em formato de quiosques. 

O plano de crescimento envolve ainda a retomada de nichos específicos, como o de hotelaria. Neste ano, a Avatim  ançará uma linha diferenciada de produtos para grandes varejistas. De acordo com Midlej, as redes farmacêuticas devem ser as primeiras a contar com a novidade. A marca também volta com entusiasmo ao ramo de SPA e hotelaria, tendo fechado recentemente um acordo com o Tivoli e o Bourbon. 

Próximos passos Para Fávero, o ano de 2020 foi dividido em duas palavras: adaptabilidade e resiliência. A velocidade de adaptação nas tomadas de decisão e a capacidade de se moldar permitiram que a marca pudesse crescer apesar de todas as adversidades. “Agora, temos uma nova onda pela frente e tivemos de nos readaptar mais uma vez, mas tenho certeza de que quando tudo isto passar, estaremos aptos a voltar aos trilhos novamente”, frisa. 

O sócio-fundador acredita que os impactos provocados pela desaceleração econômica devem diminuir até o final deste ano. “Em 2020, tivemos que colocar um ‘freio de arrumação’ devido aos problemas causados pelo coronavírus, mas a expectativa é que, entre o final de 2024 e o início de 2025, tenhamos uma empresa com, no mínimo, o dobro do tamanho que ela tem hoje. Esse é o nosso projeto ousado, mas totalmente possível dentro do nosso planejamento”, finaliza.