A cultura de empreender é a chave da prosperidade
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Modelo educacional que estimula habilidades necessárias para formar um empreendedor
A educação empreendedora é uma ideia inovadora no mercado de ensino que se propõe a estimular o desenvolvimento de habilidades que são comuns ao empreendedor. Esse modelo de educação adota uma formação mais abrangente e multidisciplinar com o foco em formar profissionais capazes de lidar com um mundo adverso, com habilidades para elaborar projetos, resolver problemas e criar novas soluções.
Uma das maiores organizações incentivadoras desse modelo educacional no mundo é a Junior Achievement. Fundada em 1919, a instituição é uma das primeiras a trazer programas de empreendedorismo para crianças e jovens da América Latina. Atualmente, a JA trabalha para preparar os jovens por meio de programas de empreendedorismo, educação financeira e preparação para o mercado de trabalho.
No Brasil há 36 anos, a JA leva conteúdo para todos os Estados brasileiros e já capacitou mais de 5 milhões de alunos com o apoio de mais de 150 mil voluntários. Com um posicionamento focado na educação média a partir do Ensino Fundamental 2 até o Ensino Médio, a instituição aplica conhecimentos de inovação e empreendedorismo com metodologias ativas na perspectiva de construir uma cultura empreendedora a partir do ambiente escolar.
De acordo com Anderson Falcão, diretor de Comunicação da JA Bahia, o principal objetivo das metodologias adotadas pela instituição é fazer com que crianças e adolescentes possam despertar para uma cultura empreendedora por meio do conhecimento sobre inovação. Anderson explica que a ideia é convidar os jovens para uma vida mais interessante, que fuja do foco no tecnicismo, que forma as pessoas para exercerem apenas uma determinada função.
Anderson acredita que incentivar a educação empreendedora é abrir um leque de possibilidades, inclusive para aqueles que não vão abrir o próprio negócio. “Esse modelo educacional é de extrema importância na construção de uma cultura que vai desenvolver capacidades e habilidades em crianças e adolescentes e que serão perenes para a vida deles. Mesmo que eles venham a escolher uma carreira profissional com o foco não necessariamente no empreendedorismo, certamente eles terão em suas carreiras características empreendedoras e proativas”, destacou.
Para o presidente da JA Bahia, Cezar Almeida, um dos aspectos mais relevantes da educação empreendedora é o poder de transformação na maneira de pensar. Almeida destaca que a educação empreendedora empodera o jovem, despertando nele uma vontade de fazer acontecer. “A educação empreendedora faz o jovem começar a pensar em soluções para os problemas que existem, não somente para ele empreender de fato, mas também para trabalhar em uma organização e encarar a vida de uma forma mais propositiva”, disse.
Almeida destacou ainda a importância da educação empreendedora em momentos de crise, como a causada pela pandemia da COVID-19, em que é preciso criar oportunidades de negócios. O presidente da JA ressaltou que o empreendedorismo é capaz de ser uma mola propulsora para a retomada da economia e relembrou a importância da Junior Achievement no contexto da crise de 1929 nos EUA, quando a JA atuou na perspectiva de levar alternativas para a falta de emprego.
Educação empreendedora e educação tradicional
Diferente da educação tradicional, que adota um modelo linear, a educação empreendedora utiliza metodologias ágeis que catalisam os conhecimentos à medida que desenvolve o processo de aprendizagem. O ponto-chave desse modelo de educação está na cultura do empreendedorismo e da inovação. O modelo faz uso de metodologias como a cultura maker, design sink e dragondreming.
"Esse modelo educacional é de extrema importância na construção de uma cultura que vai desenvolver capacidades e habilidades em crianças e adolescentes e que serão perenes para a vida deles. Mesmo que eles venham a escolher uma carreira profissional com o foco não necessariamente no empreendedorismo, certamente eles terão em suas carreiras características empreendedoras e proativas"
Anderson Falcão, diretor de Comunicação da JA Bahia
De acordo com Anderson Falcão, o principal objetivo nesse modelo de educação é provocar um processo de aprendizagem colaborativo, no qual não apenas o professor é o detentor de conhecimento. “A troca de conhecimentos é que gera o processo de aprendizagem. A cultura maker tem aspectos que são muito relevantes para a educação empreendedora. Entre eles: a possibilidade da experimentação na qual é possível prototipar e colocar a mão na massa. O modelo permite que o aluno saia da perspectiva teórica e vá para a prática com a reponsabilidade de arriscar, testar e corrigir”, concluiu.
Service Learning como metodologia
Trabalhar a educação empreendedora nas escolas permite que os alunos desenvolvam as suas habilidades com clareza, além de alternativas que estimulem o desenvolvimento humano. Com a educação empreendedora, o estudante tem a chance de fazer acontecer. Isso não quer dizer que ele irá, necessariamente, abrir um negócio, mas que será preparado para um campo de oportunidades que podem ser exploradas.
Uma das metodologias que trata o empreendedorismo como uma forma de contribuir com a valorização e o crescimento de pessoas é o Service Learning. Essa metodologia é um importante instrumento educacional que mantém essa visão proativa e colaborativa. Em Salvador, a Pan American School of Bahia (PASB) adota o Service Learning enquanto metodologia complementar de ensino.
No programa da PASB, os projetos são criados e desenvolvidos pelos alunos nas mais diversas áreas, incluindo Sustentabilidade, Cuidado com o Próximo, Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Há ainda grupos destinados ao estudo e treinamento em investimentos financeiros, desenvolvimento da educação e desenvolvimento ético e sustentável de empreendimentos.
De acordo com a coordenadora de Service Learning da PASB, Ms. Daniela Davis, a instituição trabalha conceitos consolidados associados ao comprometimento social, ambiental e ético, que são avaliados como essenciais no ambiente empreendedor. Segundo ela, a escola trabalha habilidades fundamentais para o futuro do trabalho que aumentam o potencial de realizar e transformar.
“Entregamos uma formação multicultural que amplia a visão e os horizontes, desafiando os alunos e preparando-os, de fato, para serem cidadãos do mundo e donos das suas histórias, ao desenvolver o senso de pertencimento sem fronteiras. E os nossos programas americano e brasileiro de excelência capacitam os nossos alunos para que eles alcancem o máximo de seus potenciais”, pontuou Daniela Davis.
Outro exemplo de atuação em educação empreendedora é o SEBRAE. Com o objetivo de ampliar, promover e disseminar essa temática nas escolas, o SEBRAE criou, em 2013, o Programa Nacional de Educação Empreendedora, em que atua por meio da inclusão de conteúdos de empreendedorismo nos currículos dos diferentes níveis da Educação: Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional e Educação Superior.
”A educação empreendedora faz o jovem começar a pensar em soluções para os problemas que existem, não somente para ele empreender de fato, mas também para trabalhar em uma organização e encarar a vida de uma forma mais propositiva"
Cezar Almeida, presidente da JA Bahia
Desde a criação do programa, a instituição tem atuado ativamente para ampliar as possibilidades de desenvolvimento do tema junto aos professores, estudantes, gestores e a comunidade escolar como um todo. É o que conta a gestora do programa, Ana Luci Des Graviers.
Embora eventualmente trabalhe com escolas privadas, o objetivo principal do programa no Ensino Básico é trabalhar com escolas públicas. Na Bahia, durante o ano de 2020, o programa ofereceu 50 horas de carga horária de formação para professores da rede estadual de ensino.
Nas universidades, o trabalho é feito diretamente com os alunos. Além das atividades para desenvolver e despertar as competências, eles são estimulados a realizar oficinas de modelagem de negócios e identificação de oportunidades.
Fato é que ao investir em conhecimento, pensamento crítico e aprendizagem socioemocional, as escolas e universidades formam cidadãos autônomos e proativos, preparando os estudantes para a vida, ajudando, sobretudo, a desenvolver líderes e a motivar os jovens a serem cada vez mais engajados em resolver problemas.
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