FIEB celebra 75 anos com café da manhã para convidados
Evento contou com a presença de Ricardo Alban, eleito presidente da CNI
Para marcar os 75 anos da entidade e a programação do mês dedicado à indústria, comemorado em 25 de maio, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) reuniu dois convidados, na manhã desta quarta-feira, 10.05, na sua sede, em Salvador, para discutir os Cenários para a Indústria Brasileira.
Armando Castelar, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Conselho Superior de Economia da FIESP, e Mário Sérgio Telles, gerente executivo de Economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI),trouxeram como temas os desafios de infraestrutura para a indústria e as perspectivas para a economia brasileira e o papel da Reforma Tributária.
O encontro reuniu empresários da indústria e a diretoria da FIEB e foi aberto pelo presidente, Ricardo Alban, que lembrou o importante papel dos empresários para o desenvolvimento do setor e para reduzir as desigualdades regionais que ainda persistem no país.
“A FIEB chega aos 75 anos e nosso papel é trabalhar pelo desenvolvimento da indústria e fazermos cada vez mais entregas para diminuir as diferenças regionais”, declarou Alban.
Ele falou ainda da necessidade de renovação das lideranças na indústria. “Nosso desafio é mostrar que empreender vale a pena e que ser empresário é gerar oportunidades para o desenvolvimento da sociedade”, pontuou.
Armando Castelar, que fez uma análise sobre Infraestrutura e desafios para a Indústria, lembrou que sem infraestrutura, não há competitividade. “O Brasil investe muito pouco em infraestrutura, o que limita sua competitividade. É importante para a indústria discutir o que limita tanto o investimento público quanto privado”, pontuou o especialista.
Apenas para ilustrar a problemática, ele mostrou que os investimentos federais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passaram de 1,15% do PIB, em 2010, para 0,07% do PIB, em 2021. Considerando o período de maior investimento, que foi a década de 1970-1980, o investimento em infraestrutura caiu de 5,42% do PIB para 1,70%, em 2022.
Mário Sérgio Telles fez uma explanação sobre as Perspectivas para a Economia Brasileira e o papel da Reforma Tributária, mostrando o quanto o país vem perdendo por adiar a implantação da revisão da política tributária, que está na pauta do dia e é uma das prioridades do atual governo. Segundo ele, o Brasil pode registrar um crescimento acima de 12%, segundo as projeções para os próximos 15 anos feitas pela Confederação Nacional da Indústria.
MÊS DA INDÚSTRIA
A programação comemorativa dos 75 anos da FIEB e do mês da Indústria tem como mote 75 anos: Nosso presente continua sendo o futuro e inclui o lançamento da Agenda Legislativa da Indústria, dia 25 de maio. No segundo semestre, o destaque é a edição comemorativa do Prêmio FIEB de Sustentabilidade – Especial 75 anos.
Preço do gás ameaça fechamento da antiga Fafen
Ao final das apresentações, o diretor de relações governamentais da Unigel, Roberto Fiamenghi, também vice-presidente da FIEB e presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais, Petroquímicas e de Resinas Sintéticas de Camaçari, Candeias e Dias D'ávila (Sinpeq) fez um alerta sobre o risco de a Bahia perder novamente a antiga fábrica da Fafen.
A planta que estava abandonada pela Petrobras foi adquirida há dois anos, pelo Grupo Unigel, que realizou mais de R$ 600 milhões em investimentos, mas agora está em vias de ser fechada, diante do alto custo do gás natural. “Estamos há três meses negociando com a Petrobras sem sucesso”, explica Fiamenghi.
Hoje, a Unigel Agro Bahia, a antiga Fafen, emprega cerca de 1500 pessoas, incluindo técnicos especializados, que correm o risco de perder seus empregos. “Com o valor do gás natural praticado pela Petrobras, nosso produto perde competitividade no mercado internacional pois fica mais caro do que o produto importado”, explicou.
O evento de comemoração dos 75 anos da FIEB contou com a presença do Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, presidentes de sindicatos e empresários da indústria.