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Desobediência criativa e retorno às bancas: Capricho vive novo ciclo editorial com edição impressa e tom mais profundo

Fonte: Meio e Mensagem de fevereiro de 2025

Desobediência criativa e retorno às bancas: Capricho vive novo ciclo editorial com edição impressa e tom mais profundo
Verônica Villas Bôas

Verônica Villas Bôas

16/06/2025 2:13pm

Fotos: Montagem Mosaico Let's Go Bahia

Após uma década fora das bancas, a Revista Capricho voltou a circular em sua versão impressa — e não por acaso. O movimento marca a consagração de um reposicionamento editorial profundo, ousado e necessário, conduzido pela atual editora-chefe Andréa Martinelli, que tem liderado a publicação com um olhar atento aos novos tempos, sem perder a essência que fez da Capricho uma marca inesquecível para diferentes gerações.

Com o slogan provocativo “Manifeste, desobedeça, seja você”, a revista ressurge repaginada: menos cor-de-rosa, mais consciência. Andréa, que tem passagens por veículos como Huffpost e R7, trouxe sua bagagem em política, direitos sociais e questões femininas para dentro da redação, costurando com firmeza temas como política, economia, meio ambiente e inclusão ao universo pop e leve que sempre caracterizou a Capricho. O resultado? Uma publicação mais conectada, mais acessível e, ao mesmo tempo, mais profunda.

A edição impressa lançada em dezembro de 2024, estrelada por Bianca Andrade na capa, representa esse elo entre o passado e o futuro da juventude brasileira. A escolha da influenciadora e empresária como símbolo de transformação é coerente com a proposta da nova Capricho: falar com quem pensa, cria, questiona e quer mais — inclusive no papel.

📌 “Precisamos tirar o cor-de-rosa da Capricho” — foi o desafio proposto pela diretoria. Andréa abraçou a provocação. A Capricho mudou sua paleta, reformulou capas digitais, abraçou a diversidade de gênero e voz, e criou novos diálogos com a “Galera Capricho”, comunidade ativa de leitores que participa das decisões editoriais. Tudo isso, sem perder a doçura e irreverência que são marcas registradas da publicação.

Mais do que uma revista de moda e comportamento, a Capricho assume agora o papel de plataforma de formação de opinião juvenil, incentivando o pensamento crítico de forma leve e afetuosa. O retorno ao impresso é, acima de tudo, um aceno a esse desejo contemporâneo de pausar o scroll, tocar o papel, guardar memórias físicas em tempos digitais demais.

Com tiragem esgotada nas bancas, a edição de dezembro já deixou saudades — e confirmou que o impresso, quando bem-feito, ainda emociona. A Capricho planeja novas edições para julho e dezembro de 2025, consolidando essa estratégia de presença offline como extensão sensível de sua narrativa digital.

💭 Em tempos em que tantos anunciaram o “fim do impresso”, a Capricho mostra que o que precisava acabar, na verdade, eram os velhos formatos de pensar juventude. Porque papel continua sendo resistência, e ler ainda é — e sempre será — um ato de presença.