Sollar Cunha Guedes recebe lançamento da nova coleção da Mame Home
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A jovem velejadora Marina, de 24 anos, possui um nome que ecoa sua afinidade com o oceano desde o princípio. Nascida em São Paulo, sua história é entrelaçada com as águas salgadas que atraem navegadores e sonhadores. No entanto, foi em Ilhabela, para onde se mudou aos 10 anos, que o primeiro vislumbre de um barco a vela abriu as portas para seu destino singular. Em uma família sem tradições náuticas, Marina e seu pai deram os primeiros passos juntos, ele nas ondas oceânicas e ela no mundo do Optimist.
O encanto não se manifestou de imediato, os barcos menores foram logo deixados para trás. Mas, como as marés que recuam para voltar com mais força, anos depois veio o fascínio pelos barcos oceânicos, com seus horizontes ilimitados e a promessa de distâncias cada vez maiores. Marina se perde na visão hipnotizante de barcos que emergem e desaparecem na linha do horizonte.
Capitã amadora aos 22 anos, uma das mais jovens no país a conquistar tal distinção, Marina deu o primeiro passo para liderar seu próprio curso. Desde então, cada milha navegada, seja em regatas ou entregas pela América do Sul, tem sido uma busca incessante por experiências que moldam seus conhecimentos e ampliam sua perícia. Uma temporada na Europa agora completa seu rol de desafios, com mais de 1700 milhas velejadas em regatas em dupla na classe Mini 6.50. Ela acaba de retornar de Paris, onde participou da Regata Mini Fastnet.
O horizonte seguinte é audacioso: a primeira navegação solitária, onde capitã e tripulação são uma só. A prova máxima de tudo que aprendeu até aqui. Marina planeja esse feito no Brasil, onde suas raízes estão fincadas e onde os ventos da sua paixão inicial a conduziram. A travessia de Salvador para Recife será o palco dessa jornada solitária, culminando na Refeno, a prestigiosa regata que é a mais longa do Brasil, marcando sua estreia solitária nesse cenário.
A juventude muitas vezes a coloca como a benjamina das tripulações por onde passou. Contudo, desta vez, ela assume o leme como a comandante mais jovem da frota e desafia as águas a bordo do menor barco. Um empreendimento desafiador, mas Marina conhece a verdade inegável: mesmo quando a solidão é uma companheira constante, as ondas a cercam com uma equipe incansável, pronta para apoiar cada manobra e desafio.
Entre os aliados, figura seu pai, engenheiro de bordo do imponente Atrevida, uma embarcação centenária e símbolo de resistência. Com um misto de orgulho e preocupação, ele enxerga Marina como a personificação da coragem. Em suas palavras, ela é "a escolha certa para essa missão, com determinação, conhecimento e disciplina". Velejaram juntos poucas vezes, mas seus cursos, como barcos que se cruzam em portos da vida, permanecem entrelaçados por um amor indelével e uma admiração mútua que só se fortalece.
A regata marcará a estreia de Marina competindo sozinha, enquanto o retorno a Recife simboliza um novo capítulo entre ela e seu pai, navegando lado a lado, compartilhando lições, aprendendo e ensinando, tal como nas primeiras velejadas, quando o mar os uniu como mestre e aprendiz nas águas de um mesmo destino.
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